1.8.07

Hábitos de alienados ou de quem não vê horizontes?

Pedaço do depoimento de Wanderley da Cunha, morador da Favela de Acari, Zona Norte do Rio de Janeiro, onde frequentemente há troca de tiros entre policiais e bandidos. Wanderley é animador cultural e integra a Rede Contra a Violência, que organiza moradores de bairros proletários:

"As pessoas não acreditam que alguma coisa possa mudar. Então as pessoas acabam se acostumando. A grande maioria fica habituada, se preparando para toda semana saber que alguém morreu. Quando a gente chama para participar de reunião da campanha contra o Caveirão, as pessoas não vão, têm medo de sofrer represália da polícia. As pessoas nem acreditam mais em eleição, em política. As pessoas não acreditam. Agora, você vê nos olhos das pessoas, no humor delas, achando que elas estão acostumadas, mas não estão. As pessoas cada vez mais sofrem. E aí, as pessoas cada vez mais bebem, e quanto mais sofrem, mais procuram baile funk, pagode, consomem drogas, que é uma maneira de segurar a onda um pouco. As pessoas estão cada vez mais desesperadas, desesperançadas. É uma desesperança contida, que fica dentro das pessoas e acaba explodindo muitas vezes na violência, mas nunca dirigida contra quem está causando o verdadeiro sofrimento para a gente". (fonte:
http://www.anovademocracia.com.br/35/10.htm)

Nenhum comentário: