9.6.08

Sempre mais do mesmo

Não vou dizer que não fiquei contente com essa história da Yeda. Óbvio. Mas... sempre a mesma história. "Ah, o grupo do governo foi pego com a mão na massa"; "combate à corrupção" e tantos outros uivos democráticos. Isso cansa!
Porra, todo mundo faz isso! Melhor: nosso sistema democrático representativo precisa de corrupção para poder funcionar. Isso quase todo o mundo sabe. Para o presidente passar uma lei no Congresso - que é composto, em sua maior parte, pela oposição - é obrigatório comprar as pintas. Não estou apontando ser isso o correto, mas é o instituído. Todo mundo, ao entrar no jogo, precisa se adequar às regras. Caso contrário, só uma revolução pra resolver. E esse não é o caso do Brasil. Pelo menos por enquanto.
Ouvir o Lasier Martins, um dos mais destacados cavaleiros contra-corrupção desta Província de São Pedro, é bucha!É sempre o mesmo papo... e as pessoas, repetindo as mesmas indignações de sempre, permanecem (como eu) com uma tremenda sensação de impotência. O sistema político institucional é um caso perdido. Tá, temos os partidos de esquerda com uma proposta mais progressista, mas esses caras reforçam sempre que o único caminho é o institucional, espaço vedado às pessoas fora dos partidos. A proposta da esquerda, ao meu ver, não muda muito a situação, já que o eleitorado permanece sempre em sua postura passiva, de se mexer só na hora das eleições ou na hora de passeata organizada pelo partido.
No meu pensamento mais idealizado, tirado de exemplos dados por outras realidades, é a organização espontânea e local o caminho mais adequado para dar outro andamento à relação de forças. Organizações locais, com instrumentalização jurídica ou mesmo paramilitar, dependendo da situação, com objetivos primeiros de caráter pontual. Depois, a articulação destes diferentes movimentos em rede, em que o espaço político institucional passa a ser apenas mais um entre os muitos campos de luta possíveis. Esse, se não estou enganado, é o caso boliviano.
Para encerrar: sim, apesar do exposto, votarei para o pt para as próximas eleições para governo do estado. Voto útil, contra possíveis políticas de liberalização do estado, como as da atual fubanga governadora. Segunda coisa, acho que tinha que ter ensino de legislação no colégio.