29.11.07

Duvido mesmo?

A arrogância interminável dos leitores de intelectuais franceses, ingleses e alemães, ou mesmo anglo-indianos ou franco-argelinos, não tem limites. Melhor, não tem noção. Melhor, não temos noção. Os bancos de universidade, os colchões ortopedicamente projetados, as obras primas das ciências sociais e da literatura "universal" em edições belíssimas (e caríssimas) são suficientes para entender o palpável, as coisas tais como são? Ou então, para designar o que é melhor para o mundo? Duvido de mim mesmo. Melhor, duvido que consiga duvidar de mim mesmo.

Arrogante arrogante arrogante

Nos achamos como Jesus na cruz: "Eles não sabem o que fazem!".E eu, será que sei? Será que sei de mim, para depois falar do outro?
Mas uma certeza percorre toda essa inquietação: toda falta de dúvida sobre si mesmo indica uma conivência com o engano - auto-engano.

Um comentário:

Anônimo disse...

Disse quase tudo. Faltou acrescentar: há uma imensa e confortável certeza nessa arrogância e um temor terrível de um possível esfacelamento da "verdade" revelada pelos livros "sagrados" - percorrer tantos caminhos para retornar para o ponto inicial é assustador.