28.9.10

Uma apreciação filo-marxista da arte

A apreciação da arte - e, talvez, a própria qualidade da obra - se mede pela grandeza tempo. Quanto tempo se passou observando o mesmo quadro? Quantas vezes se ouviu a mesma música? Quantas vezes se assistiu o mesmo filme? Quanto vezes se leu o mesmo poema? O tempo passado em contemplação é um bom indicativo do quanto uma obra de arte pode impactar o espírito.

Se a apreciação artística consome muito tempo e o conceito de contemporâneo se define pela velocidade e fugacidade, logo, arte contemporânea é uma contradição em termos ou uma anti-arte. Isso me faz lembrar, sem dúvida, minhas poucas e apressadas visitas à Bienal de Arte Contemporânea.

3 comentários:

MARIA, L.P. disse...

Anti- arte é um bom conceito. A ausência da arte é a arte da pós-modernidade...

Gabriela disse...

Bah vi nas atualizações p link pra esse blog e vim dar uma olhada... Lembro que numa breve divagação de quinta-feira surgiu o O que é arte? E aí um tal de Luciano disse que pelo tempo que apreciamos algo, pode-se ter uma idéia de que é arte, hehe Gostei do texto e dos papos!

Rodrigo Cardia disse...

Quando Marcel Duchamp inscreveu um urinol ("Fonte") em um concurso de arte em 1917, sua "obra" foi rejeitada pelo júri. Hoje, ela vale milhões...