23.3.07

Força

A primeira qualidade de um homem forte não é a capacidade de causar grandes impactos, mas a de saber resistí-los.

A sorte do homem

"Nada perturba tanto o espírito como curvar-se ao peso do ignoto. O homem é o paciente dos acontecimentos. A vida é um perpétuo sucesso, imposto ao homem. O homem não sabe de que lado virá a brusca descida do acaso. As catástrofes e as felicidades entram e saem como personagens inesperadas. Têm a sua fé, a sua órbita, a sua gravitação fora do homem. A virtude não traz a felicidade, o crime não traz a desgraça; a consciência tem uma lógica, a sorte tem outra; nenhuma coincidência. Nada pode ser previsto. Vivemos de atropelo. A consciência é a linha reta,a vida é o turbilhão. O turbilhão atira à cabeça do homem caos negros e céus azuis. A sorte não tem a arte da transição. Às vezes a vida anda tão depressa que o homem mal distingue o intervalo de uma peripécia a outra e o laço de ontem a hoje." (Vitor Hugo, Os Trabalhadores do Mar, Abril Cultural, 1971, p. 366s.)

9.3.07

Idealismo

Silicone, sutiã de enchimento, D'Matos: instrumentos do pensamento idealista.

Há difundido um certo modelo de mulher na nossa sociedade, um modelo de certa forma imperativo. Se não se enquadrar nele, corre-se o perigo de cair fora do jogo.

A sorte é que empresas de diferentes ramos estão sempre prontas a oferecer a suas clientes os meios para se preencher os requisitos dos modelos: é a indústria de máscaras.

A mulher de verdade fica escondida, em algum canto, oferecendo pano aos olhos do sexo masculino... ou do feminino?

Vamos quase todos atras de imagens, nem imaginando o que são as relações mais "reais"... pode-se levar vinte gurias pra cama, mas quantas se conheceu a pessoa atras da máscara? (bom, isso é indiferente prum hard que se preze...)

Dois mundos a sete metros de distância

Cena 1: Andava com a respiração ofegante, coração descompassado, ao cruzar o pouco iluminado espaço entre a parada de ônibus e sua casa. Os passos que ouvia atrás de si eram sentidos como o provocamento do gato que caça o rato. Não havia fuga! Seria pego! O frio na barriga, a pressão no peito!!!! Mais um pouco perderia o controle e sairia correndo desvairado!

Cena 2: Estava cansado. Dia complicado na oficina. Já sentia o calor da casa aí onde se encontrava, numa rua escura, com um maluco de passo acelerado na sua frente. Poderia ficar acordado até mais tarde com sua nega, pois no dia seguinte deveria chegar duas horas mais tarde no serviço que o normal. Gostava de onde morava, nada de muito movimento, bom para descansar.

2.3.07

interesses

Há certas ocasiões em que um excessivo bom tratamento com desconhecidos pode ter por trás um interesse. Aquele atendimento gentil e afável dos vendedores se aproxima ao d(a/o) moç(a/o) ao conhecer um(a) bel(o/a) moç(o/a): ambos podem procurar um bem muito desejado - num, o dinheiro; noutro, a beleza.
Há algum mal nisso?