11.4.09

A desregulamentação é anti-liberal

O liberalismo não me traz desconfort0. Ele é o pai de todas as correntes políticas e econômicas modernas. Mesmo a idéia de desregulamentação do liberalismo radical é aceitável. O que trava na minha garganta é a defesa dessa desregulamentação num contexto de monopólio de muitos campos da economia por algumas poucas empresas. Retirar as limitações das grandes corporações econômicas é abrir a jaula dos leões. A defesa do liberalismo radical é razoável para aqueles que estão sob a tutela ou a serviço dos Gerdau ou dos Marinho. Do contrário, pode ser um ato estúpido. As pequenas e médias empresas correm perigo de serem engolidas ou perderem para uma concorrência desleal. Mais ainda, novas empresas ou iniciativas de grupos locais ficam fadadas ao sufocamento. Como montar uma rádio, por exemplo, com o controle das telecomunicações por meia dúzia de empresas midiáticas que obtiveram concessões públicas. Vou me arriscar a dizer que a desregulamentação, num contexto de monopolização de muitos setores da economia por poucos grupos, ainda mais num momento de crise, é uma atitude anti-liberal. Hoje, o que resta a maioria dos profissionais é ter que se empregar como funcionário dessas grandes empresas e se submeter a suas políticas. Que o digam os jornalistas e atores. Se o poderio destas mega-empresas é bastante limitador, mesmo com o controle existente do Estado, como seria se não existisse dito controle. A desregulamentação é o caminho da servidão.

9.4.09

Economia é religião. A liberdade de mercado quebrou o mundo financeiro. O Estado teve de intervir para restabelecer a economia. E, apesar de todas as evidências, os liberais não perderam a fé nas leis de mercado. Contra fé não há evidências.